Penso que todas as mães, desejam tudo de bom para seus filhos, que eles cresçam felizes, que tenha muitos amigos, que se deem bem na escola, que sejam afetuosos e comunicativos...
Claro , logo de cara, entendemos que para que algum dia eles possam usufruir de tudo isto, os mesmos terão que aprender a contornar, ou a retirar ,as pedras que encontrarão no meio de percurso.
Não sei explicar... mais logo no início comecei a perceber pedras diferentes no percurso do meu pequenino, e as mais pontiagudas surgiram em um meio muito próximo a mim, professora do ensino fundamental, na ESCOLA.
Acho que posso sintetizar em dois grandes ciclos , que abrangerão a idade de 3 anos até a atual, 6 anos e 9 meses... longos 3 anos e 9 meses!
1ª FASE
Aos 3 anos , Rafa ingressou no maternal de uma escola particular conceituada. Comunicativo, desenrolado, safo e inteligente, pensei que ali seria uma fonte a mais a contribuir para seu desenvolvimento...entretanto...percebi em nossa casa, falas do tipo: _ Mãe , eu não tenho amiguinhos na escola, sou chato!!_ Não aprendo nada nesta escola!!
Logo fui chamada... _"Mãezinha", seu filho não está fazendo as tarefas em sala de aula! anda questionando tudo, as regras, desde o direcionamento de uma atividade até o porque andar em filas!! Chamei-o na mesma hora, na frente da professora e perguntei:_ Porque não está fazendo as tarefas? e obtive a resposta:_Porque aqui só pintamos... não gosto de pintar!_ Quero saber porque os dinossauros morreram , porque o foguete voa....
Os meses se passaram , a escola não sabia lidar com as diferenças que surgiam no comportamento dele ...e nem eu...então , procurei uma psicóloga e o transferi de escola.
Antes de achar a psicóloga correta ,amarguei quase 6 meses em uma errada, mais prefiro não relembrar este período inútil.
Acertei quando entrei em contato com uma Doutora da UNB em psicologia, que me indicou uma super psicóloga no Plano Piloto ,Brasília. Fui... e depois de doze sessões, com muitos testes e observações, veio o resultado : ele é uma criança com altas habilidades / superdotação, tanto acadêmica , quanto criativo-produtivo, ou seja, uma criança com necessidades especiais. Jóia! já sabia o que era, agora era estudar, procurar entender o que tudo isto significava, para assim poder ajudá-lo a lidar com estas diferenças!
Foi o que fiz! passei a entendê-lo mais, a ser mais aberta a novos pensamentos , novas possibilidades ... entendi a necessidade de investir mais em tempo, atenção, amor, limites ...
Em contrapartida a nova escola também não estava encontrando o meio de trabalhar com ele, sua socialização não era das melhores e o desinteresse o levava até a tirar umas sonecas no meio da aula , solução dada era só uma: acelerar... esta hipótese já havia sido descartada pela psicóloga dele, pois o mesmo não tinha maturidade emocional para tal. (capacidade intelectual e criativa não necessariamente é atrelada a afetiva-emocional)
2ª FASE
Após dois anos de tentativas nesta nova escola, o retirei novamente... "apertei o cinto", retirei do orçamento o que podia, e o matriculei em uma escola inovadora , com ótimos resultados e cara... o que fazer? procuro o melhor para ele , onde o melhor estiver!
Paralelo a isto ele ,ao receber o diagnóstico ,foi indicado para uma vaga na sala de recursos de altas habilidades/ superdotação , mantida pela SEDF, e tinha assim ,uma vez por semana, contato com outras crianças como ele, com interesses comuns.
Este escola atual o acolheu como devia, reconheceu suas diferenças e suas necessidades especiais, que perpassava pela adaptação curricular, e a atenção ao seu lado afetivo, emocional... espero que esta lua de mel dure!!!
Beijinhos, mamãe coruja